Godard no Cinema Ideal / Godard na Biblioteca da Cinemateca-Portuguesa
O cineasta mais jovem do mundo fez 88 anos a 3 de Dezembro e o À Pala de Walsh dedicou-lhe o dossier GODARD: LIVRO ABERTO, entre várias vozes recolhendo impressões a quente sobre o seu mais recente LE LIVRE D'IMAGE.
A curta-metragem ''Teus Olhos Castanhos de Encantos Tamanhos'', de Rui Simões (produção Real Ficção, 2018), que montei em conjunto com Marta Melo e Alexandra Claro, foi seleccionada para a próxima edição do Doc Lisboa. Com foco sobre os invisíveis que habitam as ruas de Lisboa, esta é uma pequena carta que nasce das margens, acompanhando o processo de transição de Fernando Moedas das ruas para um programa de habitação. Uma homenagem a esse espírito que, contra tudo e apesar de tudo, explode de vida do fundo dos seus olhos castanhos.
Com todos os agradecimentos possíveis à Medeia e à Leopardo Filmes, chegou ao fim o nosso ciclo AMOR & INTIMIDADE no Espaço Nimas. Mas, como pedia a ocasião, foi um final em grande, com a exibição, em cópia digital restaurada, de um dos meus filmes favoritos de todo o sempre: o BOY MEETS GIRL de Leos Carax. Para lá de uma obra-prima de filme, contei com o Diego Hoefel (argumentista e investigador brasileiro) para conversar (infelizmente, a Patrícia Azevedo da Silva não pode comparecer) e, foi tão cativante a conversa que se seguiu, que no imediato decidi escrever sobre alguns dos temas evocados na minha coluna AS RETINIANAS (no C7NEMA): http://c7nema.net/artigos/item/48833-boy-meets-girl-sobre-linhas-paralelas-que-de-outro-modo-nao-cruzam.html
Há um textinho meu no ''Pack mais esperado do ano'':
A CAIXA MIZOGUCHI (editada pela Medeia / Leopardo Filmes) Um mestre-miyagi, João Mário Grilo,
à conversa com Sabrina-san e Inês-san, eternas aprendizes, em torno de
um dos maiores: KENJI MIZOGUCHI, no dia 9 de Junho no Nimas, após a
sessão d'OS CONTOS DA LUA VAGA.
Professor João Mário Grilo + Sabrina D. Marques + Inês Lourenço + António M. Costa
2017 / Sabrina D. Marques + Sr. Augusto (o duplo do Professor) + Isabel de Faria + Professor Eduardo Lourenço + José Carlos de Vasconcelos + Adriano de Faria + Odete de Faria
Por ocasião da sua antestreia, partilho a foto de um almoço de equipa na rodagem de “O Labirinto da Saudade”, no Buçaco (sobre o Jornal de Letras dedicado ao filme), por Miguel Gonçalves Mendes. Para ver em
estreia absoluta no dia 23 de maio, às 21h00, na RTP1, pela celebração do 95º aniversário do Prof. Eduardo Lourenço.
Foto minha na capa do próximo Jornal de Letras, retratando o Professor Eduardo Lourenço. Mais fotos minhas no interior e informações sobre Labirinto da Saudade, filme de Miguel Gonçalves Mendes em que colaborei.
Miguel Gonçalves Mendes + Professor Eduardo Lourenço
Adriana Calcanhoto + Professor Eduardo Lourenço + Miguel Gonçalves Mendes
Obrigada aos convidados por um interessantíssimo debate em torno desta obra-prima. E obrigada aos presentes pela sessão esgotada de hoje.
HIROSHIMA MEU AMOR / HIROSHIMA MON AMOUR de Alain Resnais argumento e diálogos de Marguerite Duras com Emmanuelle Riva, Eiji Okada, Bernard Fresson França, 1959 Cópia digital restaurada (2013), p&b
Debate com
António Pinto Ribeiro e Liliana Rosa Moderação de
Cláudia Madeira
Organização de
Cluster de Fotografia e Cinema / IHA-FCSH
Luís Mendonça + Cláudia Madeira + Bruno Marques + Mariana Marin Gaspar + Sabrina D. Marques
«Na edição de Julho de 1959 dos “Cahiers du Cinéma”, Rohmer afirmou que, no espaço de algumas décadas, “Hiroshima, Meu Amor” poderia vir a ser definido como “o primeiro filme moderno do cinema sonoro”. Exagero ou não, uma coisa é certa: a modernidade do filme não envelheceu uma ruga (quantos cineastas teriam a coragem de fazer, hoje, o que Resnais fez em 1959’), e a sua capacidade de interrogar um tempo que ainda é o nosso, essa permanece intacta. O que só pode querer dizer que “Hiroshima, Meu Amor” é, já, um clássico absoluto.» Vasco Baptista Marques, Expresso
«Jean-Luc Godard: Até hoje, sempre se considerou HIROSHIMA do ponto de vista de Emannuelle Riva. A primeira vez que vi o filme, considerei-o pelo contrário do ponto de vista do japonês. Aqui está: um tipo que dorme com uma rapariga. Não há nenhuma razão para que isso continue toda a vida. Mas ele diz: “Sim, há uma razão.” E tenta convencer a rapariga a continuar a dormir com ele. E eis um filme que começa, cujo tema seria: será que se pode recomeçar a amar?» Cahiers du Cinéma, nº 97, Julho de 1959.
«Pierre Kast: Digamos então que foi Marguerite Duras quem desempenhou o papel de catalisador entre o documentário e o romance, entre a ciência e a ficção. Há muito que Resnais pensava num filme romanceado. […] Jean-Luc Godard: Creio que Resnais filmou o romance que todos os romancistas franceses […] tentam escrever. Pierre Kast: Já houve muitos filmes que retomaram as leis de composição do romance. HIROSHIMA vai mais longe. Estamos em plena reflexão sobre o romance. A passagem do presente para o passado, a persistência do passado no presente já não são aqui comandados pelo tema, pela intriga, mas por puros movimentos líricos. Na verdade, em Hiroshima, é o próprio conflito entre a intriga e o romance que é evocado.» Cahiers du Cinéma, nº 97, Julho de 1959 (traduzido no catálogo Alain Resnais, Cinemateca Portuguesa, 1992)